sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Deus

Não gosto de livros de auto-ajuda, nem de frases de efeito, nem de mentores. Olho com desconfiança para gurus e seitas. Não fui criada com adoração por um time de futebol ou por uma banda de música. Não tive ídolos na infância, sequer um amigo daqueles que você venera e tenta imitar. Por outro lado, sempre participei de encontros, retiros e grupos da igreja. Sei de cor as respostas da eucaristia, as músicas de louvor e as orações católicas. Sem muito critério ou método minha mãe ensinou, ainda na infância, que Deus era digno do nosso amor e da nossa adoração, só ele, mais nada e mais ninguém. Já adolescente me ressentia deste aprendizado quando me perguntavam quem era o meu cantor ou música predileta e eu nao tinha uma resposta pronta. Adulta não tinha um escritor admirado, um livro de cabeceira ou um filme preferido, me sentia deslocada, estranha, sem muitas emoções fortes. Com o tempo fui percebendo que estava errada, não adoro coisas, ídolos, teorias, porém, gosto de tudo. Estou sempre disposta a provar novos sabores, trabalhos e até amigos. Não me falta emoção, pelo contrário, aprendi a me emocionar com tudo, até com o mais prosaico dos eventos. Sem deuses humanos ou deuses coisas aprendi a ver Deus em tudo. Sem perceber e sem doutrinar meus pais me ensinaram a amar a Deus sobre todas as coisas e assim aprendi a amar as coisas sem me preocupar com o tamanho ou a intensidade delas. Sem me preocupar com o tempo que elas vão durar, porque sei que tudo, absolutamente tudo, é passageiro, menos Ele. (Vicência Cheib)